sabia
que logo conheceria também outras dores.
Não
que a paixão seja uma dor,
mas,
as
vezes experimentamos algo que queremos tanto,
e
ironicamente sempre alguma outra coisa se mostra em contrário.
Me
lembro quando aquela voz feminina
deixou
de acariciar meu pensamento,
para
então abraçar minha realidade.
Como
menino,
esperei
que outra flor se abrisse,
e
mesmo inocente de todos os pensamentos sonhados,
eu
acreditei que tudo aconteceria novamente,
e
de forma diferente.
Tolo,
completamente
perdido de toda razão necessária,
que
mesmo a razão não se atreveria a me explicar…
Bem,
Hoje
aqui estou eu,
quase Setembro novamente,
Queens,
calor de Agosto.
Meu
português parece me enganar,
as
palavras formam uma armadilha para meus dedos no teclado,
e
sem dúvidas sou comparsa,
porque não resisto,
apenas
me entrego ao delírio do
momento vazio.
Não
quero ser negativo,
as
palavras nunca me negaram conteúdo,
e a
minha vida nunca me negou nenhum momento,
que
me faltasse inspiração suficiente para continuar escrevendo,
pois
insisto todo e,
cada único
momento.
Continuo
o mesmo embaraço de ontem,
mesmo tropeço de hoje,
e a
mesma vitória de amanhã.
quando
Dezembro vier,
poderei
então cantar a canção da chuva,
o
dia amanhecerá mais uma vez,
o inverno já estará por aqui,
a
neve cairá mais uma vez;
e
eu continuarei resistindo mais um momento de loucura vivida.
Nova
Iorque, Agosto de 1999